23 outubro 2009

Fórum de discussão.

Navegue pelo nosso Blog e participe do FÓRUM de discussão sobre a construção de barragens no Alto Ribeira.

20 outubro 2009

Vale do Ribeira

O Vale do Ribeira está localizado no sul do estado de São Paulo e ao norte do estado do Paraná. A população é de 481.224 habitantes, num total de 31 municípios (9 paranaenses e 22 paulistas).
As principais atividades econômicas são a agricultura da banana e do chá preto, o turismo e a pesca.
No Vale do Ribeira estão situados 23% do remanescente da Mata Atlântica. Nessa região nascem diversos rios que abastecem cidades e metrópoles brasileiras, beneficiando milhões de pessoas e é fonte de subsistência para populações tradicionais.
É uma das áreas mais pobres de São Paulo e Paraná. Os municípios dessa região possuem índices de desenvolvimento humano (IDH) inferiores às respectivas médias estaduais, assim como os graus de escolaridade, emprego e renda de suas populações.
Existem parques ecológicos ricos em cavernas, como o Petar, e comunidades indígenas e quilombolas, que podem ser visitados por turistas. O turismo é uma das principais atividades econômicas da região e gera importante fonte de renda para a população local. Esses parques ecológicos e comunidades existentes na região do Vale do Ribeira estão ameaçados pela construção de barragens perto da região.
Em 1999, a UNESCO considerou o Vale do Ribeira como Patrimônio Natural da Humanidade. Nessa região foram encontradas espécies raras como o cedro, o palmito, a canela, a araucária e a caxeta, além de espécies ameaçadas de extinção.
Alguns recentes investimentos em obras de infra-estrutura, tais como a duplicação da rodovia Régis Bittencourt (BR-116); a construção de usinas hidrelétricas no rio Ribeira de Iguape e a transposição de bacias a fim de desviar a água da região para São Paulo e Curitiba, ameaçam transformar o Vale do Ribeira em fornecedor de recursos naturais de baixo custo, explorados sem qualquer respeito ao patrimônio ambiental e cultural e sem geração de benefícios para a população residente.

FOTOS

Vista do Rio Ribeira de Iguape.


Saída da Caverna do Couto.



Entrada da Caverna Morro Preto



Estalactite "Bacon" na Caverna Santana.



Estalactites da Caverna Santana


Saída da Caverna Lambari de baixo.




VÍDEO:
Entrevista com Jandina (diretora da Agência de Turismo e Meio Ambiente de Iporanga.


Iporanga

O município de Iporanga está localizado no Vale do Ribeira, ao sul do estado de São Paulo. A cidade de Iporanga é uma cidade histórica e teve seus altos e baixos. Seu primeiro registro de ocupação humana foi em 1576. Ela passou uma fase muito rica, pois tinha muito ouro de aluvião, uma quantidade aproximada a 9 mil kilos de ouro. Infelizmente, essa fase não durou muito pois em 1700 fora descoberto em Minas Gerais uma quantidade bem maior de ouro e de uma forma bem mais fácil de ser extraída. Em 1800, Iporanga enriqueceu novamente, pois ela estava em uma rota de comércio, mas depois de um tempo, com a construção das estradas de ferro, Iporanga empobreceu de novo.
Antigamente a cidade contava com uma população de aproximadamente 8.000 pessoas, porém agora só existem 4.600 . A população vive basicamente do turismo e agricultura. A cidade tem uma educação razoável. A saúde de Iporanga é boa, há postos de saúde, médicos a qualquer hora e equipamentos em condições de funcionamento, porém a cidade não conta com o apoio de um hospital. Assim quem precisar de um atendimento com urgência precisa dirigir por uma hora e meia para chegar ao hospital mais perto.
Como Iporanga é uma cidade pequena, os empregos são muito limitados e também existem poucas opções deles, pois a base econômica é o turismo e a agricultura. Por isso muitas pessoas da região são desempregadas, o que faz com que a cidade não tenha um grande desenvolvimento.
Existem muitos quilombos na região (comunidades fundadas por escravos fugidos). Na cidade também existe o Parque Estadual e Turistico do Alto do Ribera onde há muitas cavernas e áreas da Mata Atlântica.

FOTOS

A Igreja de Iporanga.


Cidade de Iporanga.



Condições de vida da cidade de Iporanga.



Alguns pontos turísticos.



Praça de Iporanga



Homens plantando.


VÍDEO:
A desinformação sobre as usinas

Comunidade Quilombola

O quilombo de Ivaporunduva está situado no Vale do Ribeira, região sul do estado de São Paulo, na cidade de Eldorado. No quilombo há 380 pessoas, e 80 famílias. É um dos quilombos mais antigos do Brasil e é registrado pelo artigo 68, da Constituição de 1988, que afirma que as terras são dos quilombolas.
As comunidades quilombolas foram formadas a partir de antigos escravos. Lá, eles eram prisioneiros de guerra, e muitos morriam durante a viagem, por causa das terríveis condições. Quando chegavam ao Brasil eram obrigados a trabalhar. Caso algum escravo criticasse ou desrespeitasse seu dono, ele seria castigado na frente dos demais para servir de exemplo. O quilombo é justamente o local onde os escravos que ansiavam por liberdade e eram fugitivos ficavam abrigados.
Apesar do tempo que se passou, e apesar de todas as influências que eles receberam, eles ainda deram continuidade à alguns de seus costumes, como as danças típicas, o fandango e a capoeira. Porém, de acordo com Ditão, morador quilombola entrevistado na comunidade, todos estão em um projeto de recuperar a cultura que foi perdida.
Os quilombolas, porém, tem de enfrentar algumas dificuldades como a escolaridade e a saúde. A escola dentro do quilombo só vai até a quarta série e só há um médico, que vai até lá as terças feiras. Caso você tenha de ser examinado durante os demais dias da semana, você deve ir até a cidade mais próxima, a kms e atravessar o rio.
Os moradores quilombolas não são a favor da construção das usinas, porque destruirá uma comunidade de aproximadamente 400 anos, e também a comunidade e muitas pessoas não terão aonde morar.

Fotos

Plantação de bananas orgânicas, situada dentro da Comunidade Quilombola



Vista frontal da estrada do quilombo



Moenda utilizada para preparar a mandioca



Melhor instrumento utilizado pelos quilombolas.




Fábrica de produzir mandioca.



Imagem do quilombo de Ivaporunduva

Vídeo:

Petar

O PETAR está situado a cerca de 320km de São Paulo, entre os municípios de Iporanga e Apiaí. Abriga uma das maiores concentrações de cavernas do Brasil, que se localizam ao longo do vale betari, afluente do rio Ribeira de Iguape. Ele foi criado como PEAR em 19 de maio de 1958 (Parque Estadual Alto do Ribeira), com o objetivo de preservar a maior parte das riquezas naturais do local, como cavernas e a grande mata atlântica que ele abrange. Quando o parque se estruturou para o turismo seu nome foi mudado para PETAR (Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira). Essa mudança trouxe a possibilidade de os moradores locais trabalharem com turismo e, assim, encontrarem recursos para a sobrevivência, melhorando sua qualidade de vida. Seu clima é subtropical (úmido) e sua temperatura é em média de 20C°. O PETAR tem a maior parte de sua mata intocada pelo homem. Com isso, ela possui espécies fantásticas de animais como a onça pintada e tem uma flora que abrange quase todas as espécies de plantas que existem na mata atlântica, como o palmito-juçara. As cavernas são muito belas. Nós visitamos a caverna de Santana que é percorrida pelo Córrego Roncador; a caverna alambari de baixo que é a travessia que se tem que fazer na montanha; a caverna do Morro Preto que é meio pequena, é bem alta; e a caverna do Couto cujo consiste em uma travessia, num percurso de caminhada fácil


Rio da Caverna Couto



Estalactites.



Foto tirada no interior da Caverna Morro Preto


Estalactites brilhantes da Caverna Santana


Colunas principais da Caverna Santana


Rio da Caverna Santana.

Vídeo

Companhia Brasileira de Alumínio (CBA)

A CBA (Companhia Brasileira de Alumínio), situada na Cidade de Alumínio SP, é uma empresa do grupo Votorantin cujo dono é Antonio Ermínio de Moraes. Ela consegue empregar mais de 5000 pessoas direitamente e consegue empregar mais de 1500 pessoas indiretamente.
A empresa atua transformando a matéria prima (bauxita) em alumínio, que é usado principalmente para embalagens, transportes, bens de consumo, construção civil e eletricidade.
Esta empresa tem uma fábrica que é muito grande e consome muita energia por causa de dois fatores: produzir alumínio, que para ser derretido precisa de um aparelho que consome muita energia para atingir uma temperatura muito alta; e por ela ser uma fábrica muito grande.
A energia para toda essa produção vem de 17 usinas espalhadas pelo Brasil, que geram energia exclusivamente para a CBA e, mesmo assim, ainda falta energia. Dessa forma, ela quer aumentar as exportações de alumínio e para isso a produção teria que crescer. Então, a CBA pretende construir uma usina, Tijuco Alto, para conseguir esta energia.
Representantes da CBA dizem que essa usina irá trazer desenvolvimento para a economia do país e empregos para os moradores de locais próximos, mas vale lembrar que muitas comunidades, áreas de Mata Atlântica e algumas cavernas serão inundadas.

Fotos da CBA e do "Núcleo Santana"



Torre elétrica da CBA


Fornos, rede elétrica e caixas de água da CBA


Entrada da CBA



Trilha na Mata Atlântica



Saída da Caverna Couto



estalactites do Núcleo Santana



Vídeo mostrando as usinas já construídas.




Vídeo explicando a construção da Tijuco Alto


Usinas no Vale do Ribeira

A construção das quatro usinas que estão sendo estudadas para o Vale do Ribeira é um plano da CBA (Companhia Brasileira de alumínio) que é a maior produtora de alumínio do Brasil, e CESP (Companhia Energética de São Paulo). As quatro usinas que estão sendo planejadas são: Tijuco Alto, Itaóca, Funil e Batatal. Os projetos estão sendo estudados desde a década de 50. As quatro usinas se localizam no rio Ribeira de Iguape, que nasce no Paraná, e deságua em São Paulo. O rio Ribeira de Iguape, é hoje o único rio de médio porte do estado de São Paulo que ainda não tem a intervenção de barragens.
A primeira usina a ser construída seria Tijuco Alto. Se esta usina for construída, as usinas de Itaóca, Funil e Batatal (que são um projeto do governo) já teriam base para serem construídas.
A energia produzida por esta usina seria usada para benefício da própria CBA, que a usaria para a produção de Alumínio. Embora a população não seja beneficiada com a energia, a CBA alega que, as usinas gerariam muitos empregos para a região. Grande parte da população local é contra a construção das usinas. Eles dizem que a área alagada pelo rio seria muito grande, além de que muitas famílias seriam desalojadas. 5.180 hectares serão desmatados; A CBA também diz que irá transferir as famílias afetadas para outros locais, e a população de cidades próximas terá o turismo náutico. Além disso, a população também diz que os empregos gerados pela usina serão temporários (apenas durante a construção), pois depois disso, apenas técnicos e profissionais poderiam trabalhar nas usinas.
A área de mata atlântica que será destruída é grande, e algumas cavernas seriam alagadas. Apesar do impacto ambiental, algumas pessoas dizem que as usinas irão melhorar a economia da região, além de aumentar o turismo.

Fotos:


Rio Ribeira antes da barragem


Mapa do projeto da barragem



As grandas caixas d'água na entrada da fábrica



Alumínio sendo transportado.



Chegada a CBA.

Vídeo: